sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Forma Feminina e Italiana de João.

Foi da forma mais complexa e diferente que se conheceram. Ele já sem muitos motivos pra continuar vivendo depois de tanta porrada nas costas, ela exaltada e cheia de vida ainda naqueles olhos castanhos claros que a princípio não despertaram interesse algum. A princípio. Tanta discórdia, tanta violência e dali a algum tempo já não se violentavam mais, nem com palavras e nem com atos, mas também não era algo assim tão belo. Tenho minhas dúvidas se um dia já foi algo assim, belo, cheio dessas frescuras e...diferenças. Mas são essas diferenças que acabam fazendo tudo ser bonito como é, ou como já foi, não me lembro bem.
E aí tiveram alguns entendimentos carnais, se é que me entendem, e ainda tiveram alguns desentendimentos verbais, na maioria pelos motivos mais fúteis. Tá certo sim, que ela é uma mulher muito linda, muito cheia de si e muito "cabeça no lugar", mas é de um egocentrismo fora do comum. Ele já não é tão sério assim, Não. Ele nunca foi sério desse jeito, e ele nunca ligou muito pra si mesmo, tanto é que já deu a cara a tapa inúmeras vezes só pra ver alguém feliz. (Teoricamente feliz). Já tomou no cu diversas vezes e graças a ela (mas não somente a ela, devo salientar aqui) conseguiu sair do fundo do poço. Tá certo que depois de algum tempo a relação de posse, do ponto de vista dele, e de reciprocidade, do ponto de vista dela, deixou tudo meio bagunçado.
Meio bagunçado assim, no aspecto mais informal de dizer, porque ela era mesmo muito possessiva, e ele era mesmo muito bobão, cabeça dura e babaquinha, sabe? Mas era só a forma mais feliz de ser. Os dois eram muito bons juntos, gostava de vê-los. AH, ainda tão juntos? Minha nossa.
De tempos em tempos ele apresentava alguma coisa nova pra ela (algo que julgava importante, ou que apenas gostava e queria compartilhar) e ela simplesmente retrucava com um "Não vou gostar disso. Você só gosta de mim se eu gostar disso?"
No fundo, bem lá no fundo, ele ficava irritado com isso. Era só algo que ele precisava compartilhar com alguém que gostasse...bem. Só isso mesmo. Nada de mais.
Intrigante, na cabeça do menino, que ele tinha que pensar duas vezes antes de falar qualquer coisa pra ela, e ela era justamente a pessoa que ele achava que podia falar qualquer coisa.
Cada vez mais ela se enchia de si, e de seus lapsos de personalidade (ou egocentrismo, se quiserem chamar assim) e dizia que "não preciso ser assim pra você gostar de mim" ou "não vou mudar por sua causa" ou até mesmo "não vou ser cult assim só porque você quer".
Ele nunca disse nada, coitado. Sempre cabisbaixo ali, na dele, escutando as músicas que sempre gostou, vendo os filmes que sempre gostou...Ah, e nem isso eles faziam juntos direito.
Ela não gostava dos mesmos filmes que ele, por algum motivo, e muitas das vezes ele ouviu um "assista sozinho. Não vou assistir".
Daí a um tempo começou a não incomodar, sabe? E ele passou a compartilhar as coisas com outras pessoas, outras mulheres. Não tão lindas como ela, a primeira, mas que demonstravam um pouco mais de interesse pelas coisas que ele gostava, e que sentissem prazer em ouvir as coisas que ele ouvia, e que apresentassem-no coisas novas também.
Não foi culpa dela, não foi culpa dele, mas pelo simples fator da compatibilidade, ele simplesmente a deixou.

domingo, 24 de outubro de 2010

Ela já não sabe mais sambar.

Olhei pro texto várias vezes, tentei captar uma noção vaga do que ele mesmo podia me falar, tentei de tudo, de tudo mesmo. Mas peraí que agora eu vou tomar um café...
Voltei aqui, olhei pro mundo. Olhei pro nada, olhei pra tela do meu computador e imagiei o que estaria acontecendo com ele...Tanto faz. Olhei pra ela, ela tava ali. São apenas seis letras, mas seis letras que me fazem delirar, tremer na cadeira. Não quero falar com ela. Não hoje. Aprendi a por pra dormir todos esse sentimentos de...de alguma coisa que eu sinto por ela. Não sei mais, né?
Foda-se. Que há de novo aqui? E-mails novos, músicas novas, pessoas novas...Tudo tão virtual, tão virtual que eu já nem sei mais quem sou, nem sei mais como pensar e acabo escrevendo textos ridículos pra tentar expressar algo que eu nem sinto. Não sei se cheguei no fundo do poço, não sei se ainda estou caindo...Não sei. Aí chove, e aí eu perco totalmente a noção do tempo. Que horas são agora, cacete? 22:02.
Podia jurar que era meio dia, sei lá. Faz tempo que eu não vejo o sol, e faz tempo que o sol não aparece, o tempo tá chuvoso e eu acho isso maravilhoso. Maravilhoso.
Já não é por causa dela, tenho certeza. Faz tempo que eu já não ligo mais pro fato. O que importa é o sentimento, e o sentimento, acredito eu, está lá intacto. Seria legal se fosse...de ouro jeito? É. De outro jeito.
Faz tempo que eu não saio desse quarto. Faz tempo que eu não faço um suco de maracujá. Faz tempo que eu não movimento as pernas. Faz tanto tempo...mas o tempo não passou. Não pra mim. Mas peraí que eu vou pegar mais café.
E há quem diga que eu estou estranho. Talvez seja isso, talvez não seja. Acontece que de tempos em tempos, acontece uma crise dessas, acontece que eu acho que tô enlouquecendo, quando na verdade eu só preciso parar de pesnar nela e continuar a minha vida monótona de sempre, que é tão igual que até o mais idiota consegue levar a minha vida com os olhos fechados. Seria trágico se não fosse cômico.
Mas eu tava mesmo afim era de um sorvete, sabe?
Não tenho do que me lamentar. Não tenho mais do que me lamentar. O pior já passou e eu acredito que futuramente, se eu não estiver no fundo do poço, eu estarei melhor. Melhor e... porra, mosquito chato.
Não lembro mais que porra que eu tava escrevendo, acho que foi minha loucura internética.
Foda-se, tô bem e vou continuar nessa vida hipócrita que eu levo, que você leva, que todos levamos, mas que ninguém tem coragem de admitir porque hipocrisia é hipocrisia, porra.
Vá tomar no cu vegan, vá tomar no cu fanático religioso, vá tomar no cu político e vá tomar no cu você que não consegue ficar CINCO MINUTOS fora do twitter.

vão todos tomar no cu, já estou bem.

Na pegada da revolta:

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mystic (+18)

Warning.



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Declaração de amor:



Use o Mouse.







"Todos os dias eu acordo ali por volta das 17:54, pensando no próximo fim de semana, pensando em tudo que a gente pode fazer juntos além de ficarmos ali sentado na cabana, próximo à fogueira, e todos os dias eu preciso trabalhar pra quebrar um pouco essa rotina dos mesmos pensamentos destrutivos que me aterrorizam até tarde da noite.
Parte da noite eu penso em você, né? A outra parte eu dedico à mim mesma, que me pego na cilada de estar pensando em você. Distância é uma coisa que dói, sabe? Mas não é uma dor ruim de se sentir, nem é tal que imploremos pra que pare...É desconfortável. Aliás...Um dia a gente acaba mudando de posição, deitando um pouco mais de lado, porque tem hora que as dores no corpo são meio que... violentas de mais pra continuar.
Mas não é pra isso que eu tô te escrevendo, amor. É pra lembrar que hoje nos é uma data especial. Foi hoje, a exatamente um ano atrás, que nos conhecemos nessa mesma cabana que você deixou pra mim. Nessa mesma lareira, nesses mesmos motivos pagãos que você me prendeu.
Mas eu acho que agora não tem tanta importância, amor, e eu nem sei porque te chamo de amor. Mas amor é algo que não é assim que acaba, nem é assim que começa, nem é do jeito que a gente planeja ser, mas acaba sendo. É só...ele só existe, mesmo que você não acredite, amor. Mas eu vou estar aqui quando você precisar, e eu sei o quanto isso soa clichê, mas é assim, amor. Amor, eu amo te chamar de amor, amor. Até te expliquei o por quê disso, mas é assim que eu sou, né... e eu acharia maravilhoso se você pudesse me tratar do jeito que eu te trato. Não, minto. Amor, me trate do jeito que você sempre me tratou, tá ótimo assim, tá?
No mais, eu passo os meus dias fazendo o que eu sempre faço, e eu só queria que você soubesse que eu te amo, tá amor? Beijos
"


"Foda-se"

"AMOR! Já te disse pra não dizer coisas assim pra mim, não já? Pois bem...hoje meu dia foi ótimo! Comprei aquele livro que eu sempre quis comprar, vou lê-lo e já te mando por correio, ok? Agora vou jantar, queria que você estivesse aqui, daí a gente poderia fazer aquela nossa brincadeira de colocar comida na boca do outro, sabe? Saudades mesmo, dessa nossa barraquinha naquela época que você tocava violão pra mim...Tenho que ir agora, amor, mas eu te escrevo outra vez, tá bom? Amo você, amor. Beijos"

"É mesmo?"


Na próxima carta as coisas aconteceram de um jeito muito diferente, porque uma hora o cérebro cansa de toda essa ladainha de poucas palavras. Pouquíssimas palavras que ferem o ego de qualquer um.

"Amor...eu não vou mais te escrever. Arranjei um namorado aqui, do jeito que eu sempre sonhei, amor. Quando você vier pra nossa barraquinha, traga acompanhante! Quem sabe a gente não conversa e toma um vinho. Beijos, amor. Te cuida."

"Sinto saudades de você, amor. Me aceite de volta, eu te amo mais que tudo nesse mundo, preciso realmente de você aqui comigo. Estou indo vê-la amanhã, comprei passagens agora há pouco, saudades mil. Comprei um vinho... Tomara que possamos compartilhar dele à luz da lareira."

Só que nada disso aconteceu. Ele não foi visitá-la, ela continuou vivendo como sempre viveu, mas agora acompanhada de alguém que ela certamente não amaria, nem agora, nem amanhã, nem no futuro. Nada de especial aconteceu, o mundo continuou girando e tudo, absolutamente tudo, permaneceu inalterado no exterior daqueles novos dois universos destruídos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Os mesmo problemas.

texto grande, mas gostei bastante de escrevê-lo.


Menina normal, de estatura normal e uma vontade enorme de viver o mundo, sair por aí fotografando tudo e todos e encontrar um amor, verdadeiro amor que a seguisse aonde quer que ela fosse. Aos dezesseis conheceu um, aos dezessete conheceu o outro, ambos muito diferentes entre si e dois universos muito diferentes, embora parecidos em certa parte. Justo naquela que ela pretendia esconder um do outro. Preferia não fazer o papel da intersecção entre os dois...sabe como é, porque no fundo ela sabia que não precisava. Nada mais justo que manter dois amores fora um do outro.
Durante muito tempo fotografou estrelas, paisagens e poucas pessoas. Vivia bem com o coração agora frustrado que carregava dentro daquele peito aflito que fazia os olhos refletirem toda aquela apreensão que no fundo ela sentia.
E aí entre os dezesseis e os dezesseis e meio, ela ouviu a primeira declaração de amor e sentiu a primeira sensação de prisão de sua vida. Não era pra acontecer, mas um "eu te amo" soou tão ameaçador e tão agradável de se sentir que ela acabou retribuindo com um outro "eu te amo" e uma noite de sexo sujo e violento. Aquilo era o verdadeiro amor que se pensa que deve se sentir pelo outro. Exatamente desse jeito, sentindo aquele órgão rasgando-lhe ao meio.
E com o outro foi totalmente diferente. Ele era de poucas palavras, poucas atitudes, alguns olhares e sorrisos. Não tardou para que estivessem saindo juntos, dormindo juntos e compartilhando o café na tarde chuvosa. Não tardou para que ela naturalmente passasse mais tempo com o segundo e não com o primeiro dos homens. Ligações do primeiro que sempre caiam na caixa postal e sempre a mesma coisa monótona, e ela já não acreditava tanto quando procunciadas aquelas palavras mágicas pela boca desonesta do primeiro. "Eu te amo" nunca soou tão banal. Principalmente pelo alto falante de celular.
Enquanto isso, o outro nunca havia proferido sequer a palavra "amor" na frente dela. As fotos agora predominantemente alegres, com temas floridos e coloridos, e um dia até ele mesmo tirou uma foto dela que ela aparecia toda sorridente pro mundo, coisa estranha de se ver, mas bonita, ela que nunca havia sorrido como estava sorrindo naqueles momentos que passava com o segundo. É.
E dia após dia, o amor de um e a indiferença de outro começavam a se mesclar. Da boca de um, a frase possuía algum efeito, mas o que ela realmente queria era um outro efeito diferente do primeiro, de maneira que ela pudesse sentir-se especial. Não daquele jeito automático, não do jeito que o primeiro havia usado, uma frase que pudesse derretê-la por dentro, chorar durante noites e noites e desejar que os dois pudessem realmente ficar juntos para toda a eternidade...E ela queria ouvir palavras que a fizessem chorar de emoção, e queria abraços eternos, ou tão eternos até o último segundo.

"Preciso ir embora."

E a frase do segundo foi mais impactante que o "Eu te amo" do primeiro.





Música
:





Vocês não tem noção do quanto essa porra é hipnotizanetemente boa ao vivo.
"Ah, tá todo mundo dançando eu também quero dançar"
é exatamente isso que se pensa.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Puro.

Não era tarde, não era cedo. Era quase seis horas e eles não pensavam em dormir. Os olhos pequeninos dela, castanhos, de tal tonalidade que ele não pudesse lembrar dali a algum tempo. Taaaanto faz, uma hora esse tipo de relacionamento deixa tudo tão colorido, tão exorbitantemente cansativo que tanto faz se você goza, ou ela goza. Os dois precisam ir embora. Faz mais de duas horas que os movimentos repetitivos já não tem mais a mesma graça, só faz alguns cinco minutos que você se arrependeu de estar sentado lá naquela mesa com ela e depois levá-la pra dentro de si ou você pra dentro dela. Mesma coisa, cara. Mesma maldita coisa.

Até que finalmente ela goza, ou então simula qualquer coisa e tá tudo muito certo, tudo muito bem e um sorrisinho de agradecimento é tão bom que até chega a assustar.

Meia noite de hoje ele olhou no relógio e lembrou que tinha que comprar alguma coisa pra casa. Uma carteira de cigarros, talvez. Ela já não lembra bem pra que direção tem que ir, mas a rua tá molhada, os postes meio que balançam, piscam, mostram qualquer falta de interesse em iluminar a rua, ela anda cambaleando, arrumando os cabelos bagunçados agora depois de toda aquela festa. Cacete, não pode chover agora.

E aí ele chega em casa com um cigarrinho na boca, aquele olhar perdido ou cansado, não sei, e sorri novamente para a noiva. Tomara que ela não queira qualquer tipo de relação hoje, tô muito cansado, trabalhei de mais e nem ligo pra asma dela. Um beijo, aquela conversa enjoada de sempre, meio que um afago no filho dela que não era dele. Tudo bem normal.

Ela chega de novo naquele apartamento apertado. Cacete, precisamos nos livrar de todos esses livros velhos e desses discos. Vendê-los, talvez. Mas não agora, preciso comer alguma coisa ver a novela e dormir. Não, não vou dormir, vou ligar pra alguém. Não, não vou ligar pra ninguém. Vou ouvir música. Então ela meio que acende um cigarro, tira aquela roupa melada de homem, nem liga, ou não quer ligar pras olheiras do tamanho de duas uvas no meio da cara. Se olhou no espelho e não reconheceu aquelas novas marcas no pescoço.

Já passa das nove horas da manhã e ela acorda com um pulo, não, mentira, ela só abriu os olhos e viu que o celular tava vibrando descontroladamente em cima do criado-mudo.
Alô. Ah é? Tá bom. Que horas? mesmo hotel? Tá bom.

E mais uma vez o dia passa incrivelmente comum como todos os outros. Ele por baixo, ela por cima e os dois cumprindo a rotina. Um sorriso depois do gozo, e vamos embora sem nos despedir, não quero que minha esposa descubra.


Música:






Sabe, eu tô numa tão ruim que essa letra se encaixa perfeitamente em mim.
Seu Jorge é muito bom. Seu Jorge é tipo, minha vida no Samba e isso é tão poético que chega a ser extremamente gay, ridículo e babaca.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Onda

eu sempre acho que me conheço, mas na verdade, ninguém se conhece.


-
palavra do dia: surpresa.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Alimente os peixes e as tartarugas.









Clique na água.
:D

Vou postar qualquer coisa aleatória aqui (como sempre fiz).

Cara, cansei de responder e-mai,s na real. vou responder só os que realmente, REALMENTE, REALMENTE ME INTERESSAREM.

Beijos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

As grandes surpresas da vida

Então um dia aquele senhor chega em casa mais uma vez de um longo e gratificante dia de trabalho. As luzes acesas, nenhum som ouvia-se pelo ar, até que ele resolve abrir a porta da sala na esperança de ser recebido como sempre fora pela esposa e filha. Apenas algumas cartas em cima da mesa de centro e o silêncio. Furtivamente ele sobe as escadas, e um som não muito agradável invade os ouvidos.
Então descobre-se que a princesinha não era tão princesinha assim. Alguns namorados, amigos talvez possuindo-lhe o corpo como ele nunca imaginaria que fosse possível, os olhos sedentos por algo que talvez os rapazes possuíssem, o coração dilacerado do homem velho deixado na porta. Aquilo não estava certo, apenas não estava. E ela nem se importou com a imagem, e ele descobriu do pior jeito que a princesinha não era mais princesinha.
Os sorrisos sarcásticos.

E então ele resolve descer para o jantar. Que jantar? O de ontem, requentado às pressas no microondas. Coragem lhe faltava para impedir todos aqueles movimentos violentos no corpo da filha, mas ela parecia gostar...Então nada se pode fazer para que ela pare de violentá-lo daquele jeito. O telefone toca. Grita, esperneia e ele atende com uma voz derrotada de decepção, de alguém que não pode fazer mais absolutamente nada pra continuar vivo, e eis que ele reconhece o alguém no outro lado da linha. Aquele alguém que deveria ter preparado o jantar, e que deveria estar ali para ajudá-lo a tirar a princesinha de todo aquele paraíso libidinoso.

- São DOIS rapases! DOIS RAPASES!
- Nada posso fazer. Você um dia saberia que ela viraria uma mocinha, e saberia também que...- outro daqueles silêncios mortais que não são nada agradáveis de se ouvir. E ela desliga do outro lado da linha.

Estranho como só agora ele notou as cartas em cima da mesa de centro.
E em uma delas, a maior decepção da vida, talvez:

"Fui embora. Não te aguento mais.
Com amor: Sua esposa."

As maiores surpresas da vida.
:D

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Batom

Recebi uma proposta muito interessante por e-mail, e acho bem válido postá-la aqui.
Não é muita coisa não, mas me pediram pra explicar a letra de uma música muito famosa nas rodas de violão, quando existe roda de violão. É uma música que nem todos os chatos do violão sabem tocar, mas 80% das vezes os derrotados pedem. Eu quase sempre toco, mas só quando lembro mesmo, porque tem uma hora que cansa.
ha

Tá aí:

Chão de Giz - Zé ramalho + Elba Ramanho
:




Eu pesquisei, obviamente. "Estudei" a história do Zé Ramalho (vale muito a pena. Procurem saber depois) e entre uma interpretação e outra, acabei chegando no que julgo ser a "mais correta".
Eu não acredito que exista uma interpretação 100% precisa, até porque cada um é cada um, cada um ouve música de um jeito diferente, lê de um jeito diferente, sente de um jeito diferente e por aí vai.

E tudo começa assim:

Foi em 1972. Zé Ramalho trancou-se num quarto, sem comer, sem falar com ninguém, apenas com o violão. Como todos sabem, Zé Ramalho já foi garoto de programa (inclusive tem duas músicas dele que falam disso.) e foi nessa época que ele se apaixonou por uma mulher que conheceu num carnaval da alta sociedade. Rica, talvez bonita, sei lá e bastante famosa. Casada, infelizmente ou felizmente, pois se ela não fosse casada e não fosse um amor platônico, não teríamos essa maravilha da música nacional. Chorem.

"Eu desço dessa solidão
Espalho Coisas sobre um chão de giz"

Chão de giz. Zé Ramalho tinha o hábito de espalhar pelo chão todas as lembranças dela. Fotos e coisas assim (ela era famosa). Chão de giz indica também a facilidade com que o relacionamento pôde ser apagado. (mas pra ele não. obviamente)

"Há Meros devaneios tolos a me torturar.
Fotografias recortadas em jornais de folha
Amiúde!"

Ficava mergulhado em pensamentos sobre ela, e nas fotos que ele recortava dos jornais.

"Eu vou te jogar num pano de guardar confetes"

Pano de guardar confetes são aqueles sacos típicos das costureiras nordestinas, onde elas jogam restos de pano e coisas assim. No verso, ele provavelmente diz que vai jogar as fotos que recortou nesse pano, afim de não mais vislumbrar aquelas fotos.

"Disparo balas de canhão é inútil
pois existe um grão vizir"

Ele tenta dar continuidade ao relacionamento. Mas é inútil, porque ela é casada (Grão Vizir)

"Há tantas violetas velhas sem um colibri"

Meio paradoxal pra ele, como ela pode recusá-lo (ainda jovem/colibri) se existiam muitas madames velhas (violetas velhas) que, no lugar dela, se sentiriam lisongeadas de praticar o sexo com alguém mais novo. É.

"Queria usar quem sabe uma camisa de força
ou de vênus"

Ele ainda sente vontade de deixá-la, mas ao mesmo tempo sente vontade de deitar-se mais uma vez com ela.

"Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro"

Percebe-se que ele sente um enorme amor pela mulher, quando ela somente sente tesão. E ele diz que não vai deixar-se vencer pela vontade dela, de somente possuí-lo para o sexo, temporariamente. E ainda complementa dizendo que tudo aquilo termina com o cigarro após o ato.

"Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom"

Pra quê beijá-la, amá-la, se ela quer apenas o sexo?

"Agora pego um caminhão
Na lona, vou a nocaute outra vez"

Ele tentou ir embora, mas, por algum motivo (amor talvez) voltou para perto dela, para mais uma vez ser rejeitado emocionalmente, pois ela só queria mesmo o sexo, e não o amor.

"Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar"
Amor de mais da parte dele. Ele se sente preso a ela.

"meus vinte anos de boy that's over baby
Freud explica"

Ele era muito mais novo que ela. Complexo de édipo talvez.

"Não vou me sujar, fumando apenas um cigarro"

Ele não vai mais ter relações com ela sabendo que não passará disso.

"Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval"

Lembrando que eles se conheceram num carnaval, ele diz que o relacionamento acabou. (Voltando a dizer das fotos que guardava no pano)

"E isso explica porque o sexo é assunto popular"

Aí ele diz que, do amor dele por ela, ou dela por ele, só sobrou o sexo. E talvez seja por isso que é tão popular. Pra ele, isso não é tão importante assim.

"No mais, estou indo embora"

Pois é. E aí depois de tudo isso ele acaba indo embora e é assim que tudo termina.



Texto:
Uma amiga minha escreveu no blog dela.
e é bem assim:

Aquela Sensação.

”Sabe, aqui fora tá tão frio… aonde está você ? Me telefona, estou preocupada com você. Você marcou comigo ás 21:30h já vai dar quase 23:00h. Será que estou sendo burra em esperar você ? Você não é de furar os escontros comigo. Ah, quer saber ? Vou embora.” - Disse Alana no celular antes de saber o que iria acontecer… Ela estava muito brava pelo fato do seu namorado Pedro não aparecer para seu encontro de 2 anos de namoro.

Caminhando de volta pra casa, Alana se depara com uma multidão de pessoas ao redor de alguma coisa… curiosa, Alana foi espiar o que tinha acontecido. Era um menino que havia sido atropelado por um carro em alta velocidade. De repente, Alana dá um grito e começa a chorar, era seu namorado que havia sido atropelado. Ela vê uma carta ensanguentada em sua mão, na carta dizia : ”Para Alana”. Ela não abriu, mas levou para sua casa.

Depois de muitas lágrimas, ela deita em sua cama… e abre a carta, nela dizia: ”Alana, eu realmente me sinto lisongeado por namorar uma garota feito você. Sabe, muitas pessoas me diziam que não existia amor verdadeiro e sincero, acho isso uma mentira…Pois temos dois anos de namoro para comprovar isso. Ainda me lembro no dia que te vi, você tava com aquele lenço de bolinhas que eu tanto gostava e aquele vestido lindo. E de repente, eu senti aquela sensação dentro de mim… Sabe que sensação ? Que queima seu coração com um novo sentimento dentro de você… pois é, senti isso quando te vi. Mas enfim, eu te amo muito meu amor… e esses dois anos que fizemos juntos, foram os melhores dois anos que eu tive. Pedro.”

Alana quis se matar, depois que tinha dito aquilo tudo no celular… Ela realmente não sabia nem como reagir. E logo adormeceu depois de chorar mais uma vez.

No enterro, com o caixão de Pedro já descendo buraco á baixo… Alana beija uma rosa vermelha e uma carta, e joga para dentro do buraco. Nela dizia: ”Eu sinto aquela sensação até hoje, te amo Pedro.”"


Pena que as coisas não são assim, que ninguém ama assim, que amor não existe e que nada pode ser tão bonitinho assim, né?



terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os dias.

Tudo começou tão belo, tão estranhamente bem que ele já não fazia mais idéia de quem era. Do ideal que seguia, das cores que enxergava. Era tudo muito novo, era tudo muito belo e muito real pra ser verdade. Talvez um sonho.
No primeiro dia, alguns telefonemas se faziam úteis. Algumas palavras acolhedoras tomaram conta do ambiente.
No segundo dia, tudo já estava completamente mudado.
No terceiro dia, ele já não sabia mais quem era.
No quarto dia, ela não sabia mais quem era.
No quinto dia, ambos perderam-se no excesso de sentimentos, e na necessidade de qualquer aventura que fosse.
No sexto dia, houve choros.
E não houve um sétimo dia. Só um telefonema:

- Alô.
- Não te amo mais.

E não houve oitavo dia.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Num telhado do passado...

Abraço seu corpo de 16 anos, inalando seu perfume, não querendo perdê-la jamais, sabendo que a perderei.


Talvez o mundo não seja feito, talvez nada seja feito. Talvez simplesmente seja, tenha sido, será eternamente...Um relógio sem artesão.