terça-feira, 21 de agosto de 2012

Crise

E lá vou eu, acender mais um cigarro e falar pra mim mesmo "vou parar de fumar" só pra ficar com menos peso na consciência. Acendo, e logo depois da primeira tragada, esqueço da frase que repito todas as vezes que repito o mesmo ato.
O mundo rodando loucamente lá fora. Loucamente. E eu aqui. Quem sou eu? Mais uma vez repito tal pergunta que vez ou outra respondo, apago, dou uns pitacos aqui e ali, porém insisto em deixar as linhas brancas, assim como insisto em deixar todos os amigos, relacionamentos, situações... Sobretudo, esse mecanismo esquisito que é a internet. "Pra quê isso tudo?" Penso eu, sem sucesso.
Um trabalho razoável, uma vida razoável. Me perguntando insistentemente quando é que eu vou parar com essa vida miserável e me dedicar inteiramente à minha paixão vitalícia: Não tão cedo.
Festas, pessoas, tudo a troco do quê? Da vida, oras.
E essas meninas? mulheres? Estranhamente, ando recebendo ligações familiares pra saber daquela tal moça que fui embora em festa de família... Será possível que mesmo minha família se interessa tanto assim pela minha vida sexual? Esquisito...Sexo hoje em dia. Vulgar? Fútil? Necessário? Sujo? Me diga você.

No mais, segue-se um uma vida normal de jovem de 20 anos, se perguntando dia após dia qual é o significado da vida, ansiando fortemente por mais uma dose de ácido. Ansiando pela música, pelas pessoas, pelas experiências, pela floresta, talvez por romances mal resolvidos... É só mais uma vida comum, como outra qualquer.
No que tua vida difere da minha? Quais indagações te fazem pensar que tu é melhor que eu, ou que aquela mulher que te atende todos os dias de manhã na padaria? Somos todos humanos, somos todos problemas, somos todos emoções. (Apesar de alguns por aí negarem com os pés juntos que emoção não vale nada. vai saber...)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

The Episode.

Juro que naquela noite saí com um plano mirabolante em mente, só pra comê-la. Meio caminho andado, agora era só apostar nos efeitos de tudo aquilo que ela costuma apreciar, algumas latas de cerveja, aquele som batendo violentamente contra nossos corpos meramente orgânicos... E então as coisas meio que começam a sair desse plano, invadir outro. Olhares se cruzam perdidos dentro daquele apartamento, por alguns instantes, posso jurar por mim mesmo e pela minha mente insana, que tudo aquilo que previ, revisei planejei durante dias estava prestes a dar estupidamente errado. "Tem isqueiro?"
E pra quê palavras?
"Nossa... tu tem tudo. Tem tesoura? Hahaha nossa."
E aí os sorrisos se encontraram, e um discurso se formou na minha garganta seca, e o barulho do isqueiro, os olhos vermelhos, atentos dela, e os meus. A noite refletida no espelho da sala, toda aquela movimentação de garrafas, cigarros, pessoas, e toda a fumaça que circundava o ambiente... O Rock. O Rock? Sim, o rock. Pedi trilha sonora específica, ri alucinadamente feito louco enquanto o som batia pelas paredes e semi-sacudia corpos e sofás.
"Que som é esse, mano?"
"Escuta."

"Cara, você é louco."
a mesma frase, a mesma voz de menina... o mesmo discurso que passou novamente pela revisão de mim mesmo.
"Isso é bom ou ruim?" Perguntei meio atônito, me conformando com a resposta, e completando mil linhas de raciocínio, caso a resposta fosse uma negativa.

"é muito bom."
Ah, aquele sorriso, aquele beck, aquele beijo.


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O Problema.

Depois de muita, muita insistência, concordei em atravessar metade da cidade por um encontro que eu já sabia que não daria tão certo quanto a guria imaginava. "Porque eu avisei que eu era assim."
Lanchonete movimentada, aquele movimento esquisito da cidade as três da tarde, todo mundo morto de calor, com seus óculos escuros e seus ternos pretos, muito pretos... enfim.
O primeiro olhar foi como eu imaginei que fosse, o segundo também, e aí começaram aqueles olhares e aquelas frases que só se fala quando a intimidade já é suficientemente "grande."

- Mas como assim? Você acredita em Deus?

Preguiça.

Prefiro ouvi-la dizer sobre qualquer coisa que seja; internet, facebook, redes sociais esquisitas, filmes, músicas esquisitas... talvez até mesmo sobre o ex, ou qualquer coisa que seja. Menos sobre isso. Ou sobre mim, ou sobre música. Heh

Não me arrependo.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

This Weird thing called.. Dru...LOVE.

"Agora? Já?" "é. Agora, vai." E estávamos ambos meio bêbados, naquele apartamento que eu nunca tinha visto e me era apresentado assim nu, cru, com detalhes em ocre pelas paredes, duas taças de uísque na mesa e eu ali, sem saber o que pensar e o que dizer. (típico) E o fim de semana mal havia começado, e eu já estava ali pensando coisas aleatórias, dizendo coisas aleatórias, tudo afim de uma dose de sexo. Mas no fim, a ansiedade pela música foi maior, e eu tive que ir embora antes mesmo de vislumbrar a pele pintada dela, mas foi melhor assim.

"Tchau. Me liga."

Nunca um corredor me foi tão agradável aos ouvidos e aos olhos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Noite.

E conforme o tempo passa, a noite se torna cada vez mais presente na vida, e o dia passa com tamanha rapidez, que não se sabe se é sonho ou se é mesmo o dia que passa muito, muito rápido mesmo, e você está apenas envelhecendo e deixando de notar as maravilhas diurnas, e passando a notar as magias noturnas. Pois é, a noite existe.
As melhores conversas, as melhores pessoas, as melhores sensações e os melhores pensamentos que acontecem durante o período do dia em que maioria dos seres humanos normais dorme, e você aí, eu aqui.
"A vida continua acontecendo. A gente que dorme durante a noite, mas olha aí..."
Lembro-me vagamente de ter ouvido amiga próxima dizer tais palavras, enquanto nos preparávamos para a tentativa de repouso, ainda com os brinquedos de realidade batendo fortes na cabeça.
E agora, esse novo trabalho. Noturno? Não completamente, mas o retorno à casa, o banho, os afazeres que  acontecerão durante a madrugada... Tudo friamente calculado por forças do universo? Talvez.
Talvez seja só essa falta de sorte, talvez seja mesmo assim que tem que ser.
E nesses tempos benignos, duas almas incríveis que se dispõem a me fazer feliz, mesmo que inconscientemente. É uma pena que se tenha que escolher apenas uma delas.
Changing your perception, é a trilha sonora. Daqui a pouco, os primeiros raios do dia começam a nos saudar, e com as cortinas fechadas, eu vou dormir.

São novos tempos, dá pra sentir.
Bom dia, boa noite.
Tanto faz.