domingo, 14 de outubro de 2012

Blank

Todo dia de manhã quando eu perguntava o que tinha pro café da manhã, ela respondia "cigarro e coca-cola".

Óbvio que eu aceitava. E aí começava a falar do dia, de como o sol tava bonito lá fora e de como a gente devia se aprontar logo pra viajar. "Calma, guria." Eu pensava, mas não dizia, não sei por quê.
E acabou que no fim não aconteceu nada. Podia ter chovido, podia ter feito sol, mas a real é que não foi do jeito que devia ter sido, esse tempo.
Cigarro e coca-cola, e todas as outras pessoas importantes viajando, ou se divertindo muito mais que você. Mas o fato é que você está muito além do que realmente acontece, e você fica repetindo as doses tão intensamente, que os dias acabam não passando mais, e você já não sabe quem você viu nas últimas 24 horas, se é que existem as últimas 24 horas, e você acaba que fica nessa dúvida também. Mas tudo passa, tudo acaba passando, e a gente acaba procurando de novo qualquer garrafa na geladeira, qualquer cigarro, qualquer pessoa.
E quando você procura qualquer pessoa, é um sinal de que as coisas provavelmente não estão bem. Mas... Nada pode ser feito, além de esperar. É meio triste, só meio.

E aí você acorda no outro dia, olha ao lado e vê a mesma pessoa da noite anterior, e fica se perguntando se a noite acabou ou se ainda está acontecendo... o barulho, as suas coisas na cadeira ao lado e uma vontade tremenda de vomitar. Esquisito. E aí começam os pensamentos obsessivos, mas é algo passageiro. Muitas coisas são passageiras, mas algumas você faz questão de ignorar.


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Não existe em lugar nenhum.

Em meios urbanos.
Semana estranha, porém boa.
Novos ares, novas companhias.

Essa música passou uma semana batendo forte no meu subconsciente, fazendo parte de momentos muito insanos e conversas muito decisivas.

Só externei mesmo.

Actually, o amor não existe em lugar nenhum. É tudo coisa da sua cabeça. (não do seu coração.)
mas acredite nele, é bom as vezes.


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Distância sobre tempo.

E durante muito, muito tempo, você lutou bravamente contra si mesmo a ponto de não querer mais envolvimento emocional nenhum. Nem com você, nem com ninguém. Havia dias em que você simplesmente pensava "arruma esse cabelo, porra. Cansei de você, cansei de nós. Vou passear, tchau." Pegava as chaves e saia de casa, sem rumo, tendo vários braços onde cair. E de todos eles, você escolheu o mais errado possível, de tal forma que nem amor, nem amizade, nem nada surgisse dali. Você só pensa em si mesmo, e essa é a grande realidade.
Egoísmo? Egoísmo? E você ainda pensa nesses discursos moralistas mesmo sabendo de como as coisas... de como VOCÊ está hoje. Inacabado, incompleto, cheio de dúvidas acerca do mundo, acerca do seu mundo, acerca de todas as certezas que você tem. (Mesmo que agora algumas certezas estejam concretizadas).
Você beija bocas, você agride corpos que nada tem a ver com você, e nem com a sua história. Você traça metas com pessoas que certamente não merecem sua atenção. Você provavelmente ignora quem te dá atenção. Você acredita em amor a primeira vista, você acredita em amor à distância, você acredita em todos os sonhos que alguém pode ter, e não acredita... Apenas não acredita que você faz parte de alguns sonhos. Mas pela primeira vez, em uma dessas, você apenas acredita.
É até irônico, porque quem te ensinou a sonhar, também te ensinou a não sonhar. E é até muito recente, muito presente... O que poderá estar acontecendo? Não sei. Ninguém sabe. Você está ficando velho e louco.
O mundo não é o mesmo, as pessoas não são as mesmas, tudo está acabando, quase no fim. E com quem você quer estar no fim? Com quem você terminará esse ano? Incerto.

No fim, você vai acabar sendo você mesmo.
Procurando a si mesmo em outras pessoas, se decepcionando exponencialmente por não achar-se.