quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pessoas

E foi um dia de chuva, um dia até corrido pra muitas pessoas ao redor do mundo... e foi um dia corrido pra mim também. E talvez pra você. Mas em uma semana que tudo vem dando estranhamente esquisito, estranhamente cômico e irônico, despertando vibrações nas mais diversas localidades da cidade (e de algumas pessoas), e revivendo sentimento que, se diziam enterrados por mim diversas, diversas vezes... Mas de vez em quando acontece. E é realmente muito bom quando tal acontecimento vem por causa da chuva... ou talvez seja só as coisas caminhando mesmo.
E enquanto isso, os mesmos pensamentos, as mesmas práticas, e daqui a um tempo ninguém vai mais saber do que se trata.
E cada movimento se torna cada vez mais bruto, mais inesperado, mais inacessível, utópico, que chega uma hora que você quer distância. De tudo. De todos.

Mas nunca acontece.

Em pouco tempo você se perde em meio a multidões que julga, e faz de tudo para tentar, de alguma maneira, não se encaixar num estereótipo de massas que você mesmo ajuda a construir. Passa dias se julgando por dentro, procurando motivos paradoxais para tentar construir um universo próprio, baseado em convicções coletivas, e não espera se decepcionar no final (fingindo se impressionar vendo que tudo acaba num clichê.) por algum motivo que eu, particularmente, desconheço.
As pessoas são fodas.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sumary

Apaguei várias publicações. Várias. Tirei alguns marcadores, lembrei de coisas que eu não queria lembrar durante o processo. Lembrei de coisas que eu queria lembrar também... Mas não interessa tanto assim. But that's it.

domingo, 23 de setembro de 2012

The Look - Cover

Essa música resume toda uma semana escrota de fumaça, noites mal-dormidas, pessoas esquisitas e uma ansiedade que eu nunca tinha sentido. =*

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Eyes on fire - cover.



domingo, 9 de setembro de 2012

Cara valente

Desde cedo, eu notava, era um menino bastante excêntrico, mas desse tipo de excentricidade que não se acha facilmente por aí nessas novas gerações que se passam. Lembro-me bem dos olhos quase fechados em plena luz do dia, quando eu e todas as outras crianças nos divertíamos no pátio da escola e ele ficava ali: apático, apenas observando todos ao redor com aquela tão pouca idade. Eu não entendia, mas já sentia que algo estupendo poderia acontecer. Deixei de lado, primeiro erro.
E não mudou tanto no tempo em que completamos mais idade e experiência: Ele continuava ali, me lançando leves sorrisos de cordialidade e eu ali, me importando pouco com as confissões minimalistas de afeto que ele me lançava uma, duas vezes por semana no máximo... Segundo erro.
E agora, que faço eu? Sentada na cadeira da varanda, observando o vazio que foi deixado na memória por todos aqueles anos que eu poderia ter dito qualquer coisa que fosse, qualquer correspondência mínima de carinho para que ele lançasse toda aquela sensibilidade diretamente no meu peito, diretamente nos meus ouvidos. Ah, se o arrependimento matasse... acho que eu teria morrido aos 18 anos, naquela minha festa de aniversário em que passei a esperar de horas a dias, até que ele chegasse e me dissesse  aquele "oi" tímido como sempre fazia todos os dias no tempo de colegial... Teria sido um belo presente, gerando belas oportunidades que eu provavelmente teria abraçado como se fossem as últimas de minha vida... Terceiro erro.
Mas creio que também tenha sido um erro meu, ora. Tão jovem, não tão bonita, mas com certo carisma, eu devia ter dito qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. Até um "eu te amo" desesperado poderia ter surtido qualquer efeito, mas não. Tolice, idiotice, infantilidade, talvez.
Mais dolorosa das lições que eu poderia ter aprendido, logo essa que ele me passou através daquelas vibrações sonoras, vibrações que me arrancaram as mais profundas lágrimas de felicidade, arrependimento e mais um misto de sentimentos perdidos que ficaram apenas no meu mais profundo interior. Por que, meu Deus? Por que?
E quando ele me falava com aquelas palavras selecionadas que "você é minha, mas não me pertence..." Eu deveria ter valorizado. Mas e agora? E agora que ele se foi, que a magia deixou saudades, que a música acabou e tudo que me resta é o silêncio, algumas fitas gravadas e esse sentimento brutal de arrependimento? Eu mereço. Talvez seja essa a grande história que não aconteceu, talvez seja ele a grande utopia de um amor eterno, as tardes perdidas... e tudo isso que engloba um pequeno romance urbano. Talvez eu não seja digna de ouvir as canções, de ler os manuscritos, de pertencer à uma vida que não existe mais na minha vida.

Talvez eu não seja digna de participar da sensibilidade de um artista. Talvez eu mereça o silêncio por ele deixado. Talvez essa lata de cerveja seja tudo que me resta nessa cidade cinza.

sábado, 8 de setembro de 2012

Como cozinhar um pássaro (2)

Sentir o gosto de cigarro mentolado na boca de outras pessoas, e não mais na sua.