quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um aviso.

Eu não levo comentários mal-escritos e imbecis(de quem acha que sabe da minha vida) a sério.
1bjo.

;D

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Irony

Significado do nome Yanky - Sua marca no mundo!
RESERVADA,EQUILÍBRIO,CONFIABILIDADE,PERSPICÁCIA,ESPÍRITO ANALÍTICO
Passa a impressão de uma pessoa muito inteligente e intuitiva, desde muito cedo é notória sua vocação por atividades intelectuais. Não se atrai por atividades desgastantes e de esforço fisico. Na maturidade demonstra ter a vida sob controle. Alguém que valoriza a espiritualidade. Sempre envolvida com seus pensamentos pode passar a impressão de solitária. Séria, não aceita intimidades ou brincadeiras inoportunas. Bastente reservada, torna-se dificil ter sua confiança, e guarda seus segredos sempre para si. Não se familiariza com encontros sociais, prefere sempre atividades que exijam concentração. Fala pouco, e evita comentários óbvios, nunca age com a intenção de impressionar, por isso só participa de conversas quando está embasada de sua observação e cuidadosa analise. Preocupa-se com o conteúdo e nunca com a forma. Esta postura tende a isola-la do mundo, pois dificilmente confia na ajuda de alguém, a maneira de ser bem compreendido e aproveitar os aspectos positivos da vida.




Quase acreditei.

sábado, 27 de agosto de 2011

Uma paixão.

E como se já não bastasse, ela ainda enumerava para o rapaz desgastado todas aquelas atividades que praticaria no dia seguinte, no mês seguinte, nas próxima horas... Em todos os locais e horários que ele não poderia estar. Ele se sentia triste, magoado, um lixo de ser humano, mas paradoxalmente ainda nutria sentimentos doentios por ela, que dizia vez ou outra que o amava, porém com a mesma entonação de quem diz que não gosta de creme de milho.
Ele aceitava, ele sorria sorrisos sinceros e ela sorria sorrisos vazios.

A distância destrói.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Violetas velhas sem um colibri.

Mais um almoço de família em casa, e mais uma vez aquelas velhas pessoas do trabalho dos pais do garoto vinham e serviam-lhe com palavras e admiração. "Parabéns", "Continue assim" e mais um emaranhado de palavras soltas confortavam o ego do rapaz novo, de olhos vívidos e uma cabeça que enfervecia com ideias absurdas e planos impossíveis. Era a juventude que saía pelos poros, e era um novo começo nessa vida cheia de começos e finais, mas não para ele. No meio de toda aquela alegria, do canto de todos os presentes e daquela mulher que lançava-lhe um olhar do outro lado da cozinha, enquanto abria o vinho e colocava-o lentamente na taça, meio que tentando comunicação com o rapaz.
Os olhos castanhos, o vermelho do batom que desenhava suavemente os lábios não muito desgastados da mulher, um corpo que o rapaz jamais vira em outras meninas da mesma idade por aí. Talvez fosse apenas um desejo passageiro, talvez fosse algo forte, mas não tão forte quanto a rigidez que ele escondia dentro das calças enquanto vislumbrava os lábios tocando a taça, a taça derramando o líquido na boca úmida da mulher. Ela dava mais um gole, olhava para o líquido novamente e ficava ali sozinha saboreando o líquido enquanto todos os outros aproveitavam a festa de maneira pomposa. Estranhamente pomposa.
A noite caía, as pessoas caíam, ela ainda estava lá. O rapaz olhava para o corpo não tão perfeito, mas perfeitamente palpável para uma mulher de... quase cinquenta anos. Os cabelos loiros, com alguns pequenos fios brancos, convidavam-no a afagá-los, bagunçá-los e sentir a textura sedosa enquanto os dois se aventuravam em si. Mas era só um desejo que, a partir dali poderia se esvair com a mesma facilidade que folhas secas esvoaçam com leves brisas no verão.
E então ele subiu para o quarto, para deitar-se na cama e ouvir velhas músicas, pensar um pouco na nova etapa da vida, nos colegas que faria na nova faculdade, nas meninas, nas bebedeiras, nas névoas de fumaça que seriam confeccionadas dentro daquelas quatro paredes do quarto. Ele ouve os passos lentos de alguém e olha para a fresta da porta. Uma sombra impede que a luz do corredor entre no quarto escuro, e agora ele não pode ver mais nada.
Um cheiro familiar de álcool invade as narinas do rapaz, que olha rapidamente e reconhece os olhos fundos da mulher. Os mesmos cabelos loiros, os lábios úmidos e o batom levemente borrado na boca davam uma sensação de bem estar ao rapaz. Ela sorriu, não disse nada e fechou a porta atrás de si.
O vestido não estava firme no corpo. Batimentos cardíacos aceleravam, os olhos dela encontravam os olhos dele, ela já não falava mais palavras certas, nem palavras erradas, nem conseguia construir uma frase completa, mas ela sabia exatamente aonde estava a braguilha da calça dele. Olhou nos olhos enquanto descia vagarosamente o zíper da calça e colocou um dedo na frente dos lábios, acenando para que o rapaz fizesse silêncio.
A aliança na mão esquerda, mesma mão que a mulher usava para acariciar levemente o membro semi-rijo que se escondia dentro das calças dele. Ele olhava os olhos apreensivos dela, a língua passando por cima do batom, dos lábios convidativos daquela mulher ajoelhada na beira da cama e sem muita consciência dos atos. O telefone dela começa a vibrar no tapete, ela parece nem dar ouvidos e continua com aquele jogo.
E subitamente ele se lembrou de quem realmente era aquela mulher. As mesmas mãos que agora proporcionavam prazer, foram aquelas que ensinaram as primeiras letras, os primeiros números, os primeiros passos. Estranhamente ele entendeu o que eram aqueles olhares no meio das aulas, os suspiros, as decepções quando ele não obtinha resultados satisfatórios. Aquela mulher estava viva a quase cinquenta anos, e ele tinha apenas dezessete. Mas, apesar da ironia e de todo o peso na consciência, ele preferiu entregar-se ao beijo que ela oferecia. Passaram alguns minutos ali, se beijando, o batom desenhando as curvas no rosto do rapaz, as mãos dentro da calça dele, alguns gemidos e o gosto do vinho presente no beijo dos dois.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Os dois.

A noite escura da praça era convidativa, chamativa e mais uma série de adjetivos que não se pode dizer por aí sem antes estar num estado de embriaguez onde palavras e sinceridade são sinônimos. E é até engraçado, porque naquela altura da noite as mãos dadas eram como um elo entre a vida e a morte, as idéias insanas de um jovem louco e as idéias insanas de uma menina transparente. Os sorrisos se sintonizavam, a grama da praça brilhava com o toque leve do orvalho. A madrugada tornava-se dia, e os dois andavam de mãos dadas.
Ele com as pupilas dilatadas e um sorriso idiota no rosto, ela com o corpo frio e com a mente funcionando a mil por hora, pensando em declarações e circunstâncias, na insanidade que nunca havia experimentado antes.
E pararam ali no banco na frente da igreja. Ele olhava atento a tudo que acontecia em volta, mesmo que nada estivesse acontecendo e puxou mais um daqueles cigarros que costuma fumar quando ninguém vê. Ela apenas observa-o em seu comportamento subversivo, e imagina o que seria dele se ela não estivesse ali. Ele traga, prende, solta a fumaça para cima e pergunta calmamente à menina: "O que seria de você se eu não estivesse aqui?"

Ambos riem. A madrugada torna-se cada vez mais silenciosa e os dois sentam-se um ao lado do outro no banco na frente da igreja. Dividem uma maçã e pensamentos que não costumam dividir um com o outro. Ela diz que não acredita em Deus, ela cita músicas, livros e conceitos em que acredita. Ela olha para as pupilas dilatadas do rapaz e se pergunta se ele está identificando a voz dela. Ele dá mais uma tragada naquele cigarro e corresponde todos os pensamentos, medos, idéias e heresias que vem dela. Ela sorri. Ele sorri um sorriso encantadoramente medonho e então ela dá mais uma mordida na maçã e oferece à ele.
Ele então aceita, e tira da mochila surrada uma garrafa d'água. Ele abre e dá mais uns goles, mas prefere deixar que ela beba daquela água que ele pegou numa nascente há muitos quilômetros dali... Ela dá goles generosos e sorri novamente um sorriso de gratidão.
Ele então pega a carteira perdida dentro da mochila e tira de dentro dela mais um daqueles papéis que acompanhavam-no aonde quer que fosse. Ela olha tudo aquilo e se pergunta se seria aquilo genialidade ou mais um ato de insanidade. Ela olha atentamente a figura do rapaz levando mais uma vez um daqueles papéis à boca. Os olhos brilhavam, a madrugada se despedia dos dois, e ele olhou atento aos olhos claros e cabelo loiro da menina. Os tênis iguais, os casacos iguais, as idéias iguais, os estilos de vida tão diferentemente geniais e mais alguns goles da garrafa d'água embalaram o resto de noite das duas figuras tão ironicamente completas que partilhavam do silêncio na frente de uma igreja. Instituição que não passava de uma construção como outra qualquer, mas que tinha tanto impacto sobre a sociedade. E os dois não entendiam isso, mas preferiam se preocupar com outras coisas.

Ele então começa a falar sobre meditação, natureza, psicologia, música e sobre os sentimentos estranhos de amor e de felicidade que começara a sentir a horas atrás. Recitava poemas sobre o universo, o sol, as plantas, olhava no fundo dos olhos claros da menina e sorria. Simplesmente sorria e continuava cantando essa velha canção que, no fundo, os dois conheciam e sabiam de cor.
Ela falava sobre números, livros, sobre aventuras, ela arrumava os óculos no rosto, ela dizia que não precisava disso, ele não dava ouvidos... Ele só queria estar com ela.
No fundo, Ela só queria estar com ele.

E quando o sol já nascia, ambos falavam sobre equilíbrio. Ela com os olhos claros e serenos como o novo dia que nascia, ele com os olhos negros como a noite que passara. Ela dizia coisa sobre o amor, ele dizia coisas sobre o equilíbrio, dava mais algumas tragadas naquele cigarro que preparou manualmente horas atrás... Ela sorria um sorriso de compaixão, Ele sorria um sorriso de sinceridade e os dois beijavam-se como se aquele beijo fosse a chave para um paraíso particular, onde os dois seriam apenas dois.

Ele olha aquela tatuagem dela, que forma um X no pulso. Ela olha os olhos negros dele, que brilham refletindo a luz do sol.

Ela era o dia, Ele era a noite. Eles se abraçam, eles se completam, eles caminham pela manhã como dois universos se tornando apenas um.