a nós e a fumaça
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
1:10
apesar de ser muito feia, coitada, tem uma tatuagem no pé que é uma gracinha.
eu a via todos os dias pela manhã antes de ter acontecido tudo isso, nesse intervalo, que foi o período em que eu parei.
mas todo mundo tinha razão; talvez não fosse a hora, o lugar ou o tempo certo, principalmente nisso que diz respeito a tempo, porque acaba sendo muito nosso, menina... muito íntimo, individual, de modo que os relógios não podem tiquetaquear e nem os calendários somarem nossos dias.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
NASA
estamos vivos pra ver todas essas mudanças no planeta;
água em escassez, luz solar sendo usada, o ser humano finalmente admitindo publicamente que não estamos sozinhos no meio do universo.
Estupidez egocêntrica acreditar o tempo todo que estávamos sós entre nós durante todo esse tempo. já diziam algumas faixas, profecias, monumentos e até mesmo alguns de nós, todos exercendo papel fundamental antes do despertar.
11:11
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
a caminho da loja de penhores.
olhava todas aquelas pessoas, animais, vidros, iguarias, livros e mais um emaranhado de objetos que lembrava-se ter visto não sei onde, não sei como.
dizem por aí que a sensação de estar sonhando é produzida por uma onda súbita de déjà-vus que trazem a sensação de poder.
mas eu quase não acredito muito nisso.
"eu só posso estar sonhando"
apalpou os bolsos em meio à todo aquele suor e a toda aquela agitação agora pouco mais plausíveis, sentindo-se levemente desconfortável por todo aquele excesso de informações que sai.
pouco depois sai flutuando.
acorda com o susto.
-que foi, amor?
-sonhei que caía de um degrau.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
loja de penhores
enquanto tudo parecia normal, meticulosamente desenhado por pintor qualquer que o tivesse feito com amor, o verde era lindo de se ver.
ela e ele e ninguém mais, e aí foi que tudo ficou esquisito, turvo, e foi aí que houve grande comoção.
-tem alguma coisa muito errada.
logo o rosto derreteu em lágrimas. não que ela pudesse explicar ou prever alguma coisa, mas acho que mulheres são mais sensíveis. elas só dão um sorriso de canto e esperam tudo acontecer.
fitava-a com um sentimento misto de raiva e confusão, enquanto os olhos pareciam não acreditar no flutuar dela. não tocava o chão, e não parecia incomodar-se com tal.
-vem, amor. - ela oferecia a mão.
dizem que em algumas poucas ocasiões da vida sentimos tal leveza. É algo que se assemelha ao momento em que se toca a água depois de um longo salto em altura.
acordou com o susto, e ela ainda dormia, quase que imóvel no travesseiro ao lado.