sábado, 27 de dezembro de 2014

relógio.

o dia quase amanhece mas não tem nada de bom na televisão.
o tiquetaque louco de um relógio de pulso.
desejos carnais convertidos no ardor dos olhos,
a fumaça do terceiro cigarro toca a retina, embaça a vista.

dentro da insônia, o tiquetaque louco do relógio, dentro da mente uma loja de penhores.

a programação de fim de ano, as garrafas no chão, fumaça de cigarro, o relógio.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

brasa

a nós e a fumaça

sky

random

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

1:10

apesar de ser muito feia, coitada, tem uma tatuagem no pé que é uma gracinha.

eu a via todos os dias pela manhã antes de ter acontecido tudo isso, nesse intervalo, que foi o período em que eu parei.

mas todo mundo tinha razão; talvez não fosse a hora, o lugar ou o tempo certo, principalmente nisso que diz respeito a tempo, porque acaba sendo muito nosso, menina... muito íntimo, individual, de modo que os relógios não podem tiquetaquear e nem os calendários somarem nossos dias.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

NASA

estamos vivos pra ver todas essas mudanças no planeta;
água em escassez, luz solar sendo usada, o ser humano finalmente admitindo publicamente que não estamos sozinhos no meio do universo.

Estupidez egocêntrica acreditar o tempo todo que estávamos sós entre nós durante todo esse tempo. já diziam algumas faixas, profecias, monumentos e até mesmo alguns de nós, todos exercendo papel fundamental antes do despertar.

11:11

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

a caminho da loja de penhores.

olhava todas aquelas pessoas, animais, vidros, iguarias, livros e mais um emaranhado de objetos que lembrava-se ter visto não sei onde, não sei como.
dizem por aí que a sensação de estar sonhando é produzida por uma onda súbita de déjà-vus que trazem a sensação de poder.

mas eu quase não acredito muito nisso.

"eu só posso estar sonhando"
apalpou os bolsos em meio à todo aquele suor e a toda aquela agitação agora pouco mais plausíveis, sentindo-se levemente desconfortável por todo aquele excesso de informações que sai.
pouco depois sai flutuando.

acorda com o susto.

-que foi, amor?

-sonhei que caía de um degrau.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

loja de penhores

enquanto tudo parecia normal, meticulosamente desenhado por pintor qualquer que o tivesse feito com amor, o verde era lindo de se ver.
ela e ele e ninguém mais, e aí foi que tudo ficou esquisito, turvo, e foi aí que houve grande comoção.
-tem alguma coisa muito errada.

logo o rosto derreteu em lágrimas. não que ela pudesse explicar ou prever alguma coisa, mas acho que mulheres são mais sensíveis. elas só dão um sorriso de canto e esperam tudo acontecer.

fitava-a com um sentimento misto de raiva e confusão, enquanto os olhos pareciam não acreditar no flutuar dela. não tocava o chão, e não parecia incomodar-se com tal.

-vem, amor. - ela oferecia a mão.

dizem que em algumas poucas ocasiões da vida sentimos tal leveza. É algo que se assemelha ao momento em que se toca a água depois de um longo salto em altura.

acordou com o susto, e ela ainda dormia, quase que imóvel no travesseiro ao lado.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Sobre voltar:

 - É foda.
 - Olhar a solidão e esquecer que por tanto tempo ela foi sua única companheira.