domingo, 24 de outubro de 2010

Ela já não sabe mais sambar.

Olhei pro texto várias vezes, tentei captar uma noção vaga do que ele mesmo podia me falar, tentei de tudo, de tudo mesmo. Mas peraí que agora eu vou tomar um café...
Voltei aqui, olhei pro mundo. Olhei pro nada, olhei pra tela do meu computador e imagiei o que estaria acontecendo com ele...Tanto faz. Olhei pra ela, ela tava ali. São apenas seis letras, mas seis letras que me fazem delirar, tremer na cadeira. Não quero falar com ela. Não hoje. Aprendi a por pra dormir todos esse sentimentos de...de alguma coisa que eu sinto por ela. Não sei mais, né?
Foda-se. Que há de novo aqui? E-mails novos, músicas novas, pessoas novas...Tudo tão virtual, tão virtual que eu já nem sei mais quem sou, nem sei mais como pensar e acabo escrevendo textos ridículos pra tentar expressar algo que eu nem sinto. Não sei se cheguei no fundo do poço, não sei se ainda estou caindo...Não sei. Aí chove, e aí eu perco totalmente a noção do tempo. Que horas são agora, cacete? 22:02.
Podia jurar que era meio dia, sei lá. Faz tempo que eu não vejo o sol, e faz tempo que o sol não aparece, o tempo tá chuvoso e eu acho isso maravilhoso. Maravilhoso.
Já não é por causa dela, tenho certeza. Faz tempo que eu já não ligo mais pro fato. O que importa é o sentimento, e o sentimento, acredito eu, está lá intacto. Seria legal se fosse...de ouro jeito? É. De outro jeito.
Faz tempo que eu não saio desse quarto. Faz tempo que eu não faço um suco de maracujá. Faz tempo que eu não movimento as pernas. Faz tanto tempo...mas o tempo não passou. Não pra mim. Mas peraí que eu vou pegar mais café.
E há quem diga que eu estou estranho. Talvez seja isso, talvez não seja. Acontece que de tempos em tempos, acontece uma crise dessas, acontece que eu acho que tô enlouquecendo, quando na verdade eu só preciso parar de pesnar nela e continuar a minha vida monótona de sempre, que é tão igual que até o mais idiota consegue levar a minha vida com os olhos fechados. Seria trágico se não fosse cômico.
Mas eu tava mesmo afim era de um sorvete, sabe?
Não tenho do que me lamentar. Não tenho mais do que me lamentar. O pior já passou e eu acredito que futuramente, se eu não estiver no fundo do poço, eu estarei melhor. Melhor e... porra, mosquito chato.
Não lembro mais que porra que eu tava escrevendo, acho que foi minha loucura internética.
Foda-se, tô bem e vou continuar nessa vida hipócrita que eu levo, que você leva, que todos levamos, mas que ninguém tem coragem de admitir porque hipocrisia é hipocrisia, porra.
Vá tomar no cu vegan, vá tomar no cu fanático religioso, vá tomar no cu político e vá tomar no cu você que não consegue ficar CINCO MINUTOS fora do twitter.

vão todos tomar no cu, já estou bem.

Na pegada da revolta:

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mystic (+18)

Warning.



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Declaração de amor:



Use o Mouse.







"Todos os dias eu acordo ali por volta das 17:54, pensando no próximo fim de semana, pensando em tudo que a gente pode fazer juntos além de ficarmos ali sentado na cabana, próximo à fogueira, e todos os dias eu preciso trabalhar pra quebrar um pouco essa rotina dos mesmos pensamentos destrutivos que me aterrorizam até tarde da noite.
Parte da noite eu penso em você, né? A outra parte eu dedico à mim mesma, que me pego na cilada de estar pensando em você. Distância é uma coisa que dói, sabe? Mas não é uma dor ruim de se sentir, nem é tal que imploremos pra que pare...É desconfortável. Aliás...Um dia a gente acaba mudando de posição, deitando um pouco mais de lado, porque tem hora que as dores no corpo são meio que... violentas de mais pra continuar.
Mas não é pra isso que eu tô te escrevendo, amor. É pra lembrar que hoje nos é uma data especial. Foi hoje, a exatamente um ano atrás, que nos conhecemos nessa mesma cabana que você deixou pra mim. Nessa mesma lareira, nesses mesmos motivos pagãos que você me prendeu.
Mas eu acho que agora não tem tanta importância, amor, e eu nem sei porque te chamo de amor. Mas amor é algo que não é assim que acaba, nem é assim que começa, nem é do jeito que a gente planeja ser, mas acaba sendo. É só...ele só existe, mesmo que você não acredite, amor. Mas eu vou estar aqui quando você precisar, e eu sei o quanto isso soa clichê, mas é assim, amor. Amor, eu amo te chamar de amor, amor. Até te expliquei o por quê disso, mas é assim que eu sou, né... e eu acharia maravilhoso se você pudesse me tratar do jeito que eu te trato. Não, minto. Amor, me trate do jeito que você sempre me tratou, tá ótimo assim, tá?
No mais, eu passo os meus dias fazendo o que eu sempre faço, e eu só queria que você soubesse que eu te amo, tá amor? Beijos
"


"Foda-se"

"AMOR! Já te disse pra não dizer coisas assim pra mim, não já? Pois bem...hoje meu dia foi ótimo! Comprei aquele livro que eu sempre quis comprar, vou lê-lo e já te mando por correio, ok? Agora vou jantar, queria que você estivesse aqui, daí a gente poderia fazer aquela nossa brincadeira de colocar comida na boca do outro, sabe? Saudades mesmo, dessa nossa barraquinha naquela época que você tocava violão pra mim...Tenho que ir agora, amor, mas eu te escrevo outra vez, tá bom? Amo você, amor. Beijos"

"É mesmo?"


Na próxima carta as coisas aconteceram de um jeito muito diferente, porque uma hora o cérebro cansa de toda essa ladainha de poucas palavras. Pouquíssimas palavras que ferem o ego de qualquer um.

"Amor...eu não vou mais te escrever. Arranjei um namorado aqui, do jeito que eu sempre sonhei, amor. Quando você vier pra nossa barraquinha, traga acompanhante! Quem sabe a gente não conversa e toma um vinho. Beijos, amor. Te cuida."

"Sinto saudades de você, amor. Me aceite de volta, eu te amo mais que tudo nesse mundo, preciso realmente de você aqui comigo. Estou indo vê-la amanhã, comprei passagens agora há pouco, saudades mil. Comprei um vinho... Tomara que possamos compartilhar dele à luz da lareira."

Só que nada disso aconteceu. Ele não foi visitá-la, ela continuou vivendo como sempre viveu, mas agora acompanhada de alguém que ela certamente não amaria, nem agora, nem amanhã, nem no futuro. Nada de especial aconteceu, o mundo continuou girando e tudo, absolutamente tudo, permaneceu inalterado no exterior daqueles novos dois universos destruídos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Os mesmo problemas.

texto grande, mas gostei bastante de escrevê-lo.


Menina normal, de estatura normal e uma vontade enorme de viver o mundo, sair por aí fotografando tudo e todos e encontrar um amor, verdadeiro amor que a seguisse aonde quer que ela fosse. Aos dezesseis conheceu um, aos dezessete conheceu o outro, ambos muito diferentes entre si e dois universos muito diferentes, embora parecidos em certa parte. Justo naquela que ela pretendia esconder um do outro. Preferia não fazer o papel da intersecção entre os dois...sabe como é, porque no fundo ela sabia que não precisava. Nada mais justo que manter dois amores fora um do outro.
Durante muito tempo fotografou estrelas, paisagens e poucas pessoas. Vivia bem com o coração agora frustrado que carregava dentro daquele peito aflito que fazia os olhos refletirem toda aquela apreensão que no fundo ela sentia.
E aí entre os dezesseis e os dezesseis e meio, ela ouviu a primeira declaração de amor e sentiu a primeira sensação de prisão de sua vida. Não era pra acontecer, mas um "eu te amo" soou tão ameaçador e tão agradável de se sentir que ela acabou retribuindo com um outro "eu te amo" e uma noite de sexo sujo e violento. Aquilo era o verdadeiro amor que se pensa que deve se sentir pelo outro. Exatamente desse jeito, sentindo aquele órgão rasgando-lhe ao meio.
E com o outro foi totalmente diferente. Ele era de poucas palavras, poucas atitudes, alguns olhares e sorrisos. Não tardou para que estivessem saindo juntos, dormindo juntos e compartilhando o café na tarde chuvosa. Não tardou para que ela naturalmente passasse mais tempo com o segundo e não com o primeiro dos homens. Ligações do primeiro que sempre caiam na caixa postal e sempre a mesma coisa monótona, e ela já não acreditava tanto quando procunciadas aquelas palavras mágicas pela boca desonesta do primeiro. "Eu te amo" nunca soou tão banal. Principalmente pelo alto falante de celular.
Enquanto isso, o outro nunca havia proferido sequer a palavra "amor" na frente dela. As fotos agora predominantemente alegres, com temas floridos e coloridos, e um dia até ele mesmo tirou uma foto dela que ela aparecia toda sorridente pro mundo, coisa estranha de se ver, mas bonita, ela que nunca havia sorrido como estava sorrindo naqueles momentos que passava com o segundo. É.
E dia após dia, o amor de um e a indiferença de outro começavam a se mesclar. Da boca de um, a frase possuía algum efeito, mas o que ela realmente queria era um outro efeito diferente do primeiro, de maneira que ela pudesse sentir-se especial. Não daquele jeito automático, não do jeito que o primeiro havia usado, uma frase que pudesse derretê-la por dentro, chorar durante noites e noites e desejar que os dois pudessem realmente ficar juntos para toda a eternidade...E ela queria ouvir palavras que a fizessem chorar de emoção, e queria abraços eternos, ou tão eternos até o último segundo.

"Preciso ir embora."

E a frase do segundo foi mais impactante que o "Eu te amo" do primeiro.





Música
:





Vocês não tem noção do quanto essa porra é hipnotizanetemente boa ao vivo.
"Ah, tá todo mundo dançando eu também quero dançar"
é exatamente isso que se pensa.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Puro.

Não era tarde, não era cedo. Era quase seis horas e eles não pensavam em dormir. Os olhos pequeninos dela, castanhos, de tal tonalidade que ele não pudesse lembrar dali a algum tempo. Taaaanto faz, uma hora esse tipo de relacionamento deixa tudo tão colorido, tão exorbitantemente cansativo que tanto faz se você goza, ou ela goza. Os dois precisam ir embora. Faz mais de duas horas que os movimentos repetitivos já não tem mais a mesma graça, só faz alguns cinco minutos que você se arrependeu de estar sentado lá naquela mesa com ela e depois levá-la pra dentro de si ou você pra dentro dela. Mesma coisa, cara. Mesma maldita coisa.

Até que finalmente ela goza, ou então simula qualquer coisa e tá tudo muito certo, tudo muito bem e um sorrisinho de agradecimento é tão bom que até chega a assustar.

Meia noite de hoje ele olhou no relógio e lembrou que tinha que comprar alguma coisa pra casa. Uma carteira de cigarros, talvez. Ela já não lembra bem pra que direção tem que ir, mas a rua tá molhada, os postes meio que balançam, piscam, mostram qualquer falta de interesse em iluminar a rua, ela anda cambaleando, arrumando os cabelos bagunçados agora depois de toda aquela festa. Cacete, não pode chover agora.

E aí ele chega em casa com um cigarrinho na boca, aquele olhar perdido ou cansado, não sei, e sorri novamente para a noiva. Tomara que ela não queira qualquer tipo de relação hoje, tô muito cansado, trabalhei de mais e nem ligo pra asma dela. Um beijo, aquela conversa enjoada de sempre, meio que um afago no filho dela que não era dele. Tudo bem normal.

Ela chega de novo naquele apartamento apertado. Cacete, precisamos nos livrar de todos esses livros velhos e desses discos. Vendê-los, talvez. Mas não agora, preciso comer alguma coisa ver a novela e dormir. Não, não vou dormir, vou ligar pra alguém. Não, não vou ligar pra ninguém. Vou ouvir música. Então ela meio que acende um cigarro, tira aquela roupa melada de homem, nem liga, ou não quer ligar pras olheiras do tamanho de duas uvas no meio da cara. Se olhou no espelho e não reconheceu aquelas novas marcas no pescoço.

Já passa das nove horas da manhã e ela acorda com um pulo, não, mentira, ela só abriu os olhos e viu que o celular tava vibrando descontroladamente em cima do criado-mudo.
Alô. Ah é? Tá bom. Que horas? mesmo hotel? Tá bom.

E mais uma vez o dia passa incrivelmente comum como todos os outros. Ele por baixo, ela por cima e os dois cumprindo a rotina. Um sorriso depois do gozo, e vamos embora sem nos despedir, não quero que minha esposa descubra.


Música:






Sabe, eu tô numa tão ruim que essa letra se encaixa perfeitamente em mim.
Seu Jorge é muito bom. Seu Jorge é tipo, minha vida no Samba e isso é tão poético que chega a ser extremamente gay, ridículo e babaca.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Onda

eu sempre acho que me conheço, mas na verdade, ninguém se conhece.


-
palavra do dia: surpresa.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Alimente os peixes e as tartarugas.









Clique na água.
:D

Vou postar qualquer coisa aleatória aqui (como sempre fiz).

Cara, cansei de responder e-mai,s na real. vou responder só os que realmente, REALMENTE, REALMENTE ME INTERESSAREM.

Beijos.