segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Winning Days

- Até mais tarde, bem. - E ela desligava novamente o telefone, re-colocava os fones de ouvido e caminhava até um destino incerto, que nem ela mesma sabia... Mas era tão maravilhoso e empolgante que ela resolvia dar uma chance mesmo sabendo que aquilo seria mais um erro... memorável e facilmente apagado pelo tempo, ou por um outro erro comum desses do dia a dia.
E novamente ele catava o carro e seguia até o destino marcado pelas chuvas e pelos raios de sol que se entrelaçavam e formavam aquele dia chuvoso e ensolarado que nos motivam a tomar banhos nessas chuvas... E é uma coisa linda de se fazer.
Memórias curtas, longas e esquisitas cruzavam a mente do rapaz enquanto a chuva batia no vidro do carro, e ele sabia que agora as coisas finalmente dariam certo, e colocou para tocar uma daquelas músicas que marcaram os melhores e mais breves momentos que os dois tiveram juntos. É uma pena que nada daquilo tenha dado certo enquanto teve de dar... E ele tira novamente o anel de casamento e coloca no porta-luvas do carro, como se aquela (e somente aquela) menina fizesse-o perder a cabeça de vez, jurando pra si mesmo que aquilo era o maior acerto de sua vida... Nunca vi homem confiar tão cegamente no tempo. Um verdadeiro problema.
- Olá.- Ela dizia suavemente como sempre fazia, e a luz do sol reluzia nos olhos perdidos num misto de verde, amarelo e azul que só ela ostentava. Um belo par de olhos, diga-se de passagem.
Ele não dizia nada, e ela notava o nervosismo enrustido do rapaz, que aumentava a música que ambos conheciam, e ela ria ao pensar no passado, naquela mesma música ouvida em outra ocasião... Complicado.
Conversas triviais se seguem até que o carro estacione novamente naquela velha casa, com os velhos móveis e novos ares... Ela nota que alguém esteve ali, e esse alguém não era ela. Ela ignora o fato, como ignora aquela tarde e como vai ignorar o mais breve sentimento de compaixão humana nas próximas linhas. Ele simplesmente tira o paletó, oferece um café, coloca alguma coisa na televisão... Na televisão? Surpreendentemente todos os pensamentos que cruzavam a mente friamente organizada da menina somem, e tudo que ela pode pensar é naquele rapaz, e no que o tempo havia feito com ele. Como assim? Ela se entrega aos braços aflitos do rapaz e novamente se beijam como se não tivessem feito-o antes. Novos sons, novos gostos, um novo produto de limpeza da photoshop na televisão, as pernas brancas e entreabertas dela, a barba cuidadosamente feita, o cheiro do perfume do escritório, o gosto ainda amargo do sabonete usado hoje mais cedo... Que teria acontecido? E então ela apaixona-se estupida e perdidamente por um rapaz que outrora fora apenas um amigo, outrora um companheiro das mais insanas noites e ocasiões que ela pôde experimentar, confidente, enciclopédia, apenas um estranho no meio da multidão... E era ele, gemendo nos ouvidos dela, proferindo atrocidades no meio das mais eternas juras de amor, e ela no sutil limite entre o berro e o silêncio, deixando a voz sair e ricochetear nas paredes frias da sala... O tapete se move com notável ferocidade, e o membro rijo penetra-a como bala atravessando a cabeça de mais um delinquente juvenil. Ela grita, ele crava um tapa violento nas coxas vermelhas da jovem... que urra de numa mistura voraz de dor e prazer...
Mais um tapa, uma mordida, a convicção de que ela não passava de objeto, uma eterna linha de raciocínio, até que ele chegasse à brilhante conclusão de que ela não valia porra nenhuma, e que o casamento era mesmo a melhor saída para uma longa vida de pequenas decepções. Os seios macios, levemente molhados tinham a mesma consistência do paraíso. A língua voraz do rapaz deliciava-se naqueles seios, e novamente encontrava o gosto da boca daquela menina. E dessa vez afogava todas as raivas, rancores e lágrimas que um dia derramara por ela... Uma mordida, o corpo quente dela se retrai por um segundo, ela geme. As unhas vermelhas deixam marcas nas costas do rapaz, ele ri um riso perdido, perverso, diz qualquer putaria que for, só pra acelerar o processo... Ele goza.
Os dois se olham, param por um momento... Os mesmos olhos que refletiam o raio de sol de horas antes agora fitam o corpo suado dele. Ele ri novamente, leva a cabeça dela até o membro melado... O telefone vibra. "Foda-se." ela pensa. desliza os lábios famintos pelas coxas, pelo tronco... morde de leve, passa as mãos trêmulas, e sente no fundo da boca aquela mesma contração que havia sentido instantes antes dentro de si... Ela afirma a si mesma que aquilo não poderia mais continuar, e sorri internamente com a convicção de que algo poderia dar certo, finalmente, nessa cidade cinza e chuvosa.
Ela sorri, lambe os lábios lambuzados e suspira. Conversas triviais se seguem até a hora em que eles trajam as roupas jogadas no chão da sala, apagam as luzes e a televisão e... se olham com o mesmo sorriso que se davam em épocas atrás, quando tudo parecia ainda meio obscuro.
- Tchau. - Ele diz. Ela sorri e sai do carro... Checa o que pode ser no celular... Mais um desses que insiste em buscar sentimento de segurança nela... logo nela? Que podem ter esses rapazes na cabeça? Ele também não sabia, até hoje.
Ao fechar da porta do carro, ele pega desesperadamente aquele anel que guardara antes, olha-o com um sentimento de felicidade e satisfação. O celular marca a hora, o dia, a temperatura e o fim. O mesmo fim que havia dado tantas e tantas vezes antes... ele põe o carro na garagem e se deparar com aquela... um suspiro... aquela que havia selado compromisso.

Ela suspira.
Ele ri loucamente enquanto divide uma pizza com aqueles olhinhos pretos.

Luby Loo

luby lou she got time 4 u, time 4 me she's got time 4 any m4n
luby oh, watch your step, OOOHH URE SO FULL OF IT
sticky fingers, and a sticky mind a hard earned hart and a heart uf glass IN UR hands
OH LOO-B


L L LU
L WONT U LEARN THAT U CAUSED MY PAIN

L LU WHAT HAPPEND 2 U?


L LOU CAME 2 SEE OOOH kind of my life coud be...
she sems like th kind of girl
bitter water melts in her mouth
i'm so luby

LLU LUBBELY U


(solo)

LUBY YOU TOOK MY LOVE 2DAY
U TOOK IT AWAY SO EASILY DONE
MY LUBY I MISS U BABE
U TOOK IT AWAY SO EASILY DONE
MY LUBY U TOOK MY LOVE 2DAY
U TOOK IT AWAY SO EASILY DONE



sábado, 28 de janeiro de 2012

06:34

É engraçado como as pessoas podem lançar olhares e sorrisos da maneira mais inesperada, indiscreta e complicada possíveis. E me vejo agora pensando em velhos relacionamentos e em novas mulheres, dessas que se permitem ser o objeto de qualquer homem como eu, desses meio desapegados à vida e mais apegados a si mesmos, com um potencial destrutivo incrível e lapsos profundos de carência. E enquanto esse pensamento vai e volta, trago mais uma vez meu cigarro e olho ao longe pela lente dos meus óculos escuros.
E admito que fico longas horas sem dormir, pensando nos próximos movimentos dela e nas próximas frases, e nas próximas histórias e nas próximas... nas próximas coisas. Eu sinto medo, mas sinto também um pouco de ousadia de minha parte todas as vezes que nos abraçamos. Nunca pensei eu que poderia entrar tão profundamente na mente de uma mulher, mas eu posso estar redondamente enganado... Mas quando se está enganado quando ela te apresenta tão claramente as intenções? É algo a se pensar.
E eu não consigo enxergá-la com olhos de desejo, mas deveria me forçar pois... Pois já tive sonhos com essa mesma ninfa, acredita? Não é das melhores, fisicamente dizendo, mas já me peguei imaginando cenas e ouvindo urros aos pés do ouvido, enquanto ela me recebia entre as pernas... Mas foi um devaneio rápido, saca? Outro trago no cigarro e meu ônibus passa.
Logo eu penso de pensar em tudo isso e ouço a música.

E teve aquela frase que ela disse... que não é qualquer um que entra no psicológico... Será? Eu acho que estou ficando louco.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

With eyes wide open

Depois daquela pequena onda de decepção, resolvi então não ligar mais para todos aqueles ferimentos e... e foda-se, saca? Não há mais o que temer, não há mais o que perder e a todo momento pessoas me ligam à procurar de um embalo qualquer, mas que seja em grupo. Ironicamente, Mônica e Eduarda me ligam e exclama na maior empolgação: "Apronte-se em 10 minutos. Estamos chegando."
E isso bastou para que ela me saísse do pensamento de vez. Sim, admito que eu gostava da atmosfera meio folk/indie que ela me apresentava, admito que gostaria mesmo de encontrar esse peixinho outra vez, mas agora que eu estava preso naquele elo entre dois mundos, dificilmente as coisas voltariam ao seu estado original. Aceitei o convite.
E foi uma tarde maravilhosa de cores, músicas, sorrisos compartilhados... e ironicamente olhei aos olhos de Mônica, que se aproximavam dos meus e dos de Eduarda... mais algumas risadas perdidas por entre as notas das músicas, um cigarro no cinzeiro e a fumaça tomando conta da sala. Eu podia quase enxergar todos aqueles sons, e então senti as mãos calorosas de uma delas deslizando pelo meu cinto, e logo pelo meu corpo.
Lembro-me muito bem do que foi aquela noite, e estou estupidamente feliz por ter compartilhado aqueles breves momentos de felicidade.

E depois de tudo isso ainda me vejo tentado a estar novamente naquele aquário, sentir novamente aquelas águas e ouvir novamente aquelas mesmas músicas acompanhadas por violões melosos que costumávamos ouvir a tarde. Eu costumava ter medo, e eu costumava guardar meus mais profundos segredos por entre a velocidade de meus dedos e um caderno velho que está por aí, no mundo. E naquela noite, Mônica me disse que "não vale a pena derramar lágrima alguma por mulher alguma.". Imaginei se estaria ficando louco, deixando com que as duas me possuíssem e fizessem de meus pensamentos seu playground favorito. Imaginei que eram, na verdade, duas amigas. E de fato, não deixaram a amizade morrer depois de todo aquele contato... e eu imaginei que pudesse estar sonhando ao tê-las ali, semi-nuas expelindo fumaça de seus pulmões... Imaginei um dragão naquela tatuagem de Eduarda, mas preferi não comentar. (e até estava sem forças... Aquela fumaça realmente fez efeito!)

E nota-se que não vale mesmo a pena chorar por essas velhas companheiras de folk... E me felicito por não ter derramado lágrimas, e sim distribuído mais sorrisos... Acho que estou ficando louco no colo das duas. É tudo muito conveniente... muito passageiro.

Devo admitir que sinto vontade de segurar nas mãos aquele peixe, mas acho também que ele sabe de todos os meus medos... foda-se.

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Carta pra você.

Eu não sei por onde começar, mas sei que devo começar porque... porque eu quero escrever algo assim pra você faz muito tempo, mas as coisas passam pela minha cabeça assim como aquela brisa da tarde do por do sol de brasília passa pela gente... ele passa, você curte, e depois você esquece. Mas é uma brisa muito boa, devemos, com toda certeza, curtir esse por do sol um dia.
Não preciso repetir o quanto você é importante pra mim, e não preciso falar que eu gosto mesmo de ler o que você escreve, de ouvir sua voz no telefone algumas vezes... confesso que na maioria das vezes em que nos falamos ao telefone eu mal entendia o que você dizia, mas sua voz de menina e a velocidade em que você falava me arrancavav alguns sorrisos nos dias que eu menos imaginei sorrir. Eu gosto das suas frases soltas, eu gosto da sua simplicidade. Principalmente da sua simplicidade. Do jeito que você me disse outro dia que havia comprado um livro, e do jeito que eu li essa mesma notícia mas gostei do jeito que você me contou, sabe? Como se estivesse feliz em estar compartilhando tal fato comigo... e isso me deixou feliz. Eu gosto das histórias que você me contou do dia em que você quase matou o seu peixe porque quebrou o aquário. Eu me preocupo quando você diz que sente dores, e eu fico triste quando você diz que foi ao médico. Eu gosto de te ver dormindo tarde quase todos os dias, naqueles dias que a gente conversa, reclamando de amores perdidos, das pessoas... eu gosto do jeito mágico que você escreve. Eu quase imagino o que se passa na sua cabeça naquelas suas palavras, e eu sinto certa curiosidade em saber o que se passa nessa sua cabecinha.
Eu gosto do jeito infantil que você lida com algumas coisas. Não que isso seja ruim, pois é alvo de minha mais sublime admiração. Gosto do jeito que você fala que faz as coisas, assim, sem mais nem menos e sem muita cerimônia. "Cortei o dedo com papel, véi. Tá doendo". Eu sei como é a dor, e eu compartilhei desse pequeno momento. Eu gosto do jeito que você me conta aquelas intrigas que você me conta. hahahaha.
Eu gosto até do jeito que você "se reta" comigo. Não sei o motivo, mas não consigo ficar estressado contigo... exatamente por essa figura tão completa e tão serena que você é. É complicado, não sei te explicar. Já tentei inúmeras vezes me apaixonar por você, mas você é simplesmente outro nível de mulher pra mim. Um misto de menina, mulher e poesia que poucas mulheres por aí possuem. Já devo ter te falado que tenho a impressão de que você será uma boa mãe, né?
São incríveis os momentos em que eu lembro de você. Qualquer lugar mais tranquilo, com árvores me remete a você. Sem dizer das cachoeiras, dos primeiros pensamentos que cruzam a minha cabeça.
E enfim... Eu espero que um dia nós possamos passar uma tarde juntos. Sinto saudades de ti, e tenho certeza que você sabe bem que essa carta é pra você.

Meu mais sincero abraço. :*