sábado, 29 de dezembro de 2012

Eu não sei o que acontece...

Mas, por algumas horas, a sutil película que define essa realidade que você, eu, ela vê, some. Só some.
E aí, por algumas horas absorvemos as coisas sem esse filtro "realidade" que nos foi encrustado nas mentes. E aí você fica vulnerável, olhando as paredes e as pessoas e duvidando daquilo, mas duvidando mesmo, e gostando. "Isso é real?"

E aí é que tá.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Tem umas coisas do passado...

que só podem ter acontecido de sacanagem.

22 de Dezembro de 2012

No auge do fim do mundo, naquelas últimas horas de silêncio enquanto algumas pessoas esquisitas esperam mesmo que as coisas acabem, em algum lugar desse lugar.
Traga o cigarro de leve, mais uma vez, só que uma daquelas tragadas com gosto, saca? E aí ela olha de volta, comenta "o céu tá bonitão hoje, né?" Dá um sorrisinho esquisito e volta a pensar coisas que nem ela lembra mais.
Liguei pra saber como estava o fim do mundo; Tava legal, ao que parece.
Todas as vezes que pegamos ônibus juntos, foi pra conversar sobre o dia em que pegaremos um ônibus sem destino, só pra ver por onde ele passa e pra ver aonde a gente vai chegar.
O mundo acabou e a gente nem fez isso, mas toda vez que a gente toca nesse assunto, chegamos à conclusão de que precisamos saber onde ir, e que o caminho de volta é outra aventura.
Vi nos olhos de todas as pessoas naquela sala o desgosto de ainda estarem vivos, por motivos quaisquer. O relógio batendo 7:12 da manhã e eu ainda estava aqui, olhando ela dormindo com esse vestido branco (não mais tão branco), enquanto acendo mais um cigarro e penso no que fazer pra  convencê-la de que o mundo não acabou.
Aí as 7:14 ela levanta, diz "Nossa, seu cigarro fede demais, credo."
Abre a cortina, olha ao redor e diz que o dia tá bonito até, mas que queria dormir mais.
"Então dorme."

Mas ela não dorme.


"Não sei te convencer que o mundo não acabou."
E nem precisava mesmo, porque ela por si só já sabia, mas só queria acabar com o meu, me convencendo de que tudo é um fim ou um recomeço.
Se pá ela tava doidona demais ainda, não sei. Não me preocupei com isso.
No fim eu só lamento pelo fim. Aconteceu, mas (in)felizmente ainda estamos conscientes, ainda acordados num mundo que já não existe mais. Não quero ver quando a consciência coletiva perceber que quando o mundo estava ao contrário era mais fácil.
Sempre é mais fácil quando as coisas estão ao contrário, mas não no fim, entende?
Enfim...